quinta-feira, 24 de outubro de 2013
A boba
Era bem assim - com um vestido de algodão leve e um sorriso impossível de disfarçar que J. caminhava pelo mundo. Seu bom humor fazia brilharem todos os dentes. Não sorria amarelo e nem com o canto da boca. Sua alegria entrevia-se inteira.
Ela plantava contentamentos aqui e ali. Aprendeu a duras penas a não levar a vida tão a sério. Quando descobriu o quanto era bom rir de si mesma passou a ser uma das raras pessoas felizes do planeta. Para o mundo se fingia de séria. Não podia deixar que a confundissem com uma inocente, e a tentassem fazer de boba. Leve daquele jeito, só mesmo para os íntimos. Para aqueles que sabiam que sua bobice tinha, na verdade, muita sabedoria.
Ainda que a vida lhe impusesse algum calafrio, medos inevitáveis, rir era a sua estratégia para se defender do mundo. Desse mundo tão sem graça... Seu sorriso escancarado era a grande e definitiva arma encontrada.
Boba? Estava era salva!
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