segunda-feira, 26 de março de 2012

Um futuro

Fico imaginado o meu velório, onde eu não vou estar, e isso nem dói tanto assim. Morrer dói mais!
Quase todos os dias penso na minha morte. Como eu penso que preciso ir ao dentista.
Outro dia fui a uma reunião de bicicleta e pensei: e se eu morrer como a personagem do livro que eu tô lendo (atropelada de bicicleta)?
Quem vai chorar? Quem vai segurar a minha mãe se ela desmaiar? Quem vai jogar uma rosa no meu caixão? Quem vai ler um poema?
E se for dia de sol? eu vou perder a praia! Se for dia de Flamengo jogando no Maracanã? Como vou saber o resultado do jogo?
E se for feriado? As pessoas não vão poder viajar, coitadas! E se for no meio do carnaval? Não vou poder desfilar no sábado das campeãs.
E se meu pai estiver em viagem de negócios? E se a pulseirinha do Bonfim não tiver arrebentado ainda? E se o novo filme do Woody Allen não tiver estreado? se eu não tiver aprendido a falar francês? Se eu não tiver uma filha chamada Maria?